DETERMINANTES DA BANCARIZAÇÃO DOS BENEFICIÁRIOS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA NO PERÍODO PRÉ-PANDEMIA
Resumo
Este artigo objetiva verificar quais as variáveis influenciaram a bancarização dos beneficiários do Programa Bolsa Família (PBF) no ano de 2019, período que antecede a pandemia da COVID-19, e quando inexistia a compulsoriedade de abertura de conta por parte dos beneficiários do programa. Ou seja, até o ano de 2019 todos os beneficiários que recebiam o benefício do Bolsa Família através de uma conta o faziam de forma voluntária. Desta forma, a análise da base de dados compreendeu apenas o ano de 2019, esse ponto de corte nos permite visualizar os beneficiários bancarizados de forma voluntária e através a aplicação da regressão logística verificar quais as variáveis que mais influenciaram a bancarização voluntária dos beneficiários do Bolsa Família, esse diagnóstico possibilita a adoção de ações direcionadas, focadas no aumento do índice de bancarizados entre as classes de renda mais baixa da sociedade. Os dados utilizados são reais e foram fornecidos pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). Os resultados demonstraram que as variáveis sexo, idade, escolaridade, trabalho, valor do benefício, quantidade de pessoas na família e localização do domicílio influenciaram a bancarização voluntária dos beneficiários do programa anteriormente a pandemia. Foram encontrados alguns resultados relevantes, dentre eles na variável sexo que evidenciou a predominância das mulheres beneficiárias do PBF como bancarizadas ressaltando a relevância do programa na bancarização das mulheres, que geralmente apresentam índices menores de bancarização em relação aos homens no universo geral. Outros dados relevantes trazidos neste artigo é o maior percentual de bancarizados entre os beneficiários com maior escolaridade, a prevalecência dos bancarizados entres os residentes em áreas urbanas, que os beneficiários que recebem valores maiores são mais suscetiveis a serem bancarizados, bem como os benficiários entre a faixa etária de 25 a 45 anos estão entre o público com maior probabilidade de ser bancarizado. Esses resultados, entre os outros obtidos podem subsidiar o governo para realização de ações de educação e inclusão financeira voltadas aos perfis com menor propensão de bancarização, melhorando assim a qualidade de vida da população.