O USO DE TECNOLOGIAS DE RECONHECIMENTO FACIAL BASEADAS EM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E O DIREITO À PROTEÇÃO DE DADOS
Palavras-chave:
big data, dados pessoais, inteligência artificial, privacidade, vigilância.Resumo
Os recentes avanços na área da Inteligência Artificial e big data possibilitaram o desenvolvimento de tecnologias de reconhecimento facial. Este artigo tem como objetivo investigar como a utilização de tais tecnologias pode gerar violações ao direito à privacidade e à proteção de dados. Conclui-se haver necessidade de desenvolvimento de tecnologias em consonância com os princípios dispostos nas legislações de proteção de dados, a fim de se garantir a salvaguarda desses direitos.
Downloads
Referências
BAIÃO, Kelly Sampaio; GONÇALVES, Kalline Carvalho. A garantia da privacidade na sociedade tecnológica: um imperativo à concretização do princípio da dignidade da pessoa humana. Civilistica.com. Rio de Janeiro, a. 3, n. 2, jul.-dez./2014. Disponível em: http://civilistica.com/wp-content/uploads/2015/02/Baião-e-Gonçalves-civilistica.com-a.3.n.2.2014.pdf . Data de acesso.
BARROS, Marina; VENTURINI, Jamila. OS DESAFIOS DO AVANÇO DAS INICIATIVAS DE CIDADES INTELIGENTES NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS. In: MAGRANI, Eduardo. (Org.). Horizonte presente: Debates de tecnologia e sociedade. 1ed. Rio de Janeiro: Letramento, 2019, v. 1, p. 31-45.
BIONI, Bruno Ricardo. Proteção de Dados Pessoais: a função e os limites do consentimento. Rio de Janeiro: Forense, 2019.
BIONI, Bruno Ricardo; LUCIANO, Maria. O Princípio da Precaução na Regulação de Inteligência Artificial: seriam as leis de proteção de dados o seu portal de entrada? In: FRAZÃO, Ana; MULHOLLAND, Caitlin (Org.). Inteligência artificial e direito: ética, regulação e responsabilidade. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2019.
DONEDA, Danilo et al. Considerações iniciais sobre inteligência artificial, ética e autonomia pessoal. Pensar, Fortaleza, v. 23, n. 4, p. 1-17, out./dez. 2018
DONEDA, Danilo. A proteção dos dados pessoais como um direito fundamental. Espaço Jurídico. Joaçaba, v. 12, n. 2, p. 91-108, jul./dez. 2011.
EGGERS, W.; SCHATSKY, D.; VIECHNICKI, P. AI-augmented government: Using cognitive technologies to redesign public sector work. [S.l], 2017. Disponível em: <https://www2.deloitte.com/insights/us/en/focus/cognitive-technologies/artificial-intelligence-government.html>. Acesso em: 5 ago. 2018.
FAULKNER, Wendy. The technology question in feminism: a view from feminist technology studies. Women’s Studies International Forum, v. 24, n. 1, p. 79–95, 2001.
FLORIDI, L.; TADDEO, M.. What is data ethics?. Philosophical Transactions of The Royal Society A Mathematical Physical and Engineering Sciences. 2016. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/310393920_What_is_data_ethics. Acesso em: 23 jun. 2019.
FLORIDI, L. Soft ethics, the governance of the digital and the General Data Protection Regulation. Philosophical Transactions of The Royal Society A Mathematical Physical and Engineering Sciences. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/328292318_Soft_ethics_the_governance_of_the_digital_and_the_General_Data_Protection_Regulation. Acesso em: 23 jun. 2019.
FLORIDI, L. et al. Artificial Intelligence and the ‘Good Society’: the US, EU, and UK approach. Science and Engineering Ethics. Springer, 2017, p. 1-24.
FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. Apostila.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 14. ed. Petrópolis: Vozes, 1996.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA. Lançado sistema de videomonitoramento inteligente de segurança. Disponível em: http://www.casacivil.ba.gov.br/2018/12/1271/Lancado-sistema-de-videomonitoramento-inteligente-de-seguranca.html. Acesso em: 20 ago. 2019.
HAN, Byung-Chul. No enxame: perspectivas do digital. Tradução de Lucas Machado. Petrópolis, RJ: Vozes, 2018a.
HAN, Byung-Chul. Psicopolítica: O neoliberalismo e as novas técnicas de poder. Tradução de Maurício Liesen. Belo Horizonte: Âyiné, 2018b.
LENTINO, Amanda. This Chinese facial recognition start-up can identify a person in seconds. Disponível em: https://www.cnbc.com/2019/05/16/this-chinese-facial-recognition-start-up-can-id-a-person-in-seconds.html. Acesso em: 20 ago. 2019.
MADDEN, Mary. Privacy, Security, and Digital Inequality: How Technology Experiences and Resources Vary by Socioeconomic Status, Race, and Ethnicity. Disponível em: <https://datasociety.net/pubs/prv/DataAndSociety_PrivacySecurityandDigitalInequality.pdf>. Acesso em: 23 jun. 2019.
MARX, Gary T. Murky conceptual waters: The public and the private. Ethics and Information technology, v. 3, n. 3, p. 157-169, 2001.
MCCARTHY, J. What is artificial intelligence?. Stanford, 2000. Disponível em: <http://www-formal.stanford.edu/jmc/whatisai.pdf>. Acesso em: 5 ago. 2018.
MEHR, H. Artificial Intelligence for Citizen Services and Government. [S.l], 2017. Disponível em: <https://ash.harvard.edu/files/files/artificial_intelligence_for_citizen_services.pdf>. Acesso em: 5 ago. 2018.
MENDES, Laura Schertel. Privacidade, proteção de dados e defesa do consumidor: linhas gerais de um novo direito fundamental. São Paulo: Saraiva, 2014.
MENDES, Laura Schertel. Decisão histórica do STF reconhece direito fundamental à proteção de dados pessoais. JOTA, [s.l.], 10 maio 2020. Disponível em: www.jota.info/opiniao-e-analise/artigos/decisao-historica-do-stf-reconhece-direito-fundamental-a-protecao-de-dados-pessoais-10052020. Acesso em: 27 jun. 2002.
MULHOLLAND, C. A TUTELA DA PRIVACIDADE NA INTERNET DAS COISAS (IOT). In: Magrani, Eduardo. (Org.). Horizonte presente: Debates de tecnologia e sociedade. 1ed. Rio de Janeiro: Letramento, 2019, v. 1, p. 485-495.
MULHOLLAND, Caitlin; FRAJHOF, Isabella Z. Inteligência Artificial e a Lei Geral de Proteção de dados Pessoais: breves anotações sobre o direito à explicação perante a tomada de decisões por meio de machine learning. In: FRAZÃO, Ana; MULHOLLAND, Caitlin (Org.). Inteligência artificial e direito: ética, regulação e responsabilidade. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2019.
NABEEL, Fahad. Regulating Facial Recognition Technology in Public Places. Centre for Strategic and Contemporary Research, 2019. Disponível em: https://www.academia.edu/39871139/Regulating_Facial_Recognition_Technology_in_Public_Places. Acesso em: 20 jul. 2019.
NORRIS, Clive. From personal to digital CCTV, the panopticon, and the technological mediation of suspicion and social control. In: LYON, David. Surveillance as social sorting: privacy, risk, and digital discrimination. Routledge: New York, 2003. p. 247-281.
PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO. RIO+ SEGURO. Disponível em: http://maisseguro.rio. Acesso em: 20 ago. 2019.
PURTOVA, Nadezhda. The law of everything. Broad concept of personal data and future of EU data protection law. Law, Innovation and Technology, v. 10, n. 1, p. 40-81, 2018.
RICHARDS, N. M.; SMART, W. D. How should the law think about robots?, 2013. Disponível em: <https://ssrn.com/abstract=2263363 >. Acesso em: jan. 2018.
RODOTÀ, Stefano. A vida na sociedade da vigilância: a privacidade hoje. Rio de Janeiro: Renovar, 2008.
______. Some Remarks on Surveillance today. European Journal of Law and Technology, Vol. 4, No. 2, 2013. Disponível em: http://ejlt.org/article/view/277/388. Acesso em: 20 ago. 2019.
SOUZA, Renato Rocha. SOBRE A ÉTICA HUMANA E A ÉTICA DOS ALGORITMOS. In: Magrani, Eduardo. (Org.). Horizonte presente: Debates de tecnologia e sociedade. 1ed. Rio de Janeiro: Letramento, 2019, v. 1, p. 577-586.
THUY, Ong. Dubai Airport is going to use face-scanning virtual aquariums as security checkpoints. Disponível em: https://www.theverge.com/2017/10/10/16451842/dubai-airport-face-recognition-virtual-aquarium. Acesso em: 20 ago. 2019.
VERBEEK, P. Morality in Design: Design Ethics and the Morality of Technological Artifacts. In: Pieter E. Vermaas, Peter Kroes, Andrew Light, Steven A. Moore (eds.), Philosophy and Design: from Engineering to Architecture. Dordrecht: Springer, 2008, pp. 91-103
VU, Brandon. “A Technological and Ethical Analysis of Facial Recognition in the Modern Era.” In: A Technological and Ethical Analysis of Facial Recognition in the Modern Era, 2018. Disponível em: https://www.academia.edu/38066258/A_Technological_and_Ethical_Analysis_of_Facial_Recognition_in_the_Modern_Era. Acesso em: 20 jun. 2019.
WADDELL, Kaveh. Half of American Adults Are in Police Facial-Recognition Database. Disponível em: https://www.theatlantic.com/technology/archive/2016/10/half-of-american-adults-are-in-police-facial-recognition-databases/504560/. Acesso em: 20 ago. 2019.
WEBER, Rolf H. Internet of Things–New security and privacy challenges. Computer Law & Security Review, v. 26, n. 1, p. 23-30, 2010.
WECHSLER, H. Reliable face recognition methods: system design, implementation and evaluation. Springer, 2007.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
O(s)/A(s) autores(as) dos manuscritos submetidos concorda(m) com as regras a seguir:
1) Todos os autores e autoras participaram do trabalho, são responsáveis pelas ideias e conceitos nele emitidos e atestam sua conformidade com os princípios éticos exigidos.
2) Todos os autores e autoras concordam com a forma final do trabalho e em ceder os direitos para publicação nos canais de publicação da Escola de Direito do IDP.
3) Todos os autores e autoras informam que o manuscrito é de sua autoria e assumem a responsabilidade pelo trabalho, declarando que a obra a ser publicada não infringe quaisquer direitos de propriedade intelectual de terceiros.
3.1) Em caso de submissão simultânea, além da reprovação imediata do artigo e comunicação ao(s) respectivo(s) periódico(s), a Revista Direito Público se reserva o direito de não receber novas submissões de todos os autores implicados pelo prazo de 2 (dois) anos, contado a partir da data de ciência do fato.
4) Todos os autores e autoras autoriza(m) a edição de seu trabalho e cede(m) à Escola de Direito do IDP os direitos de autor para reproduzir, editar e publicar ou veicular o citado trabalho em qualquer forma midiática, resguardada a autoria, em particular sob forma digital, em arquivo eletrônico online na Internet, bem como armazená-los em seu repositório de acordo com o desenvolvimento do processo editorial. Esta concessão não terá caráter oneroso para a Escola de Direito do IDP, não havendo remuneração sob qualquer modalidade pela utilização do referido material, tendo este o caráter de colaboração científica.