Entraves Para a Feminização Igualitária da Advocacia Brasileira
DOI:
https://doi.org/10.11117/rdp.v18i98.5318Palavras-chave:
carreiras jurídicas, gênero, desigualdadeResumo
Apesar de 49,98% da advocacia brasileira ser composta por mulheres, a maior participação das mulheres na advocacia não lhes proporcionou igualdade no exercício profissional, devendo ser investigada a implicação desses números, razão pela qual a pesquisa investiga as possíveis causas da desigualdade na advocacia brasileira em razão do gênero que impedem o exercício profissional em igualdade de condições, com enfoque no binário homem-mulher e no marcador de raça/cor. Para tanto, a pesquisa une aportes teóricos com dados empíricos obtidos por outros pesquisadores fazendo uso do método de pesquisa dedutivo e dos métodos procedimentais histórico e documental. Constata-se que a profissão permanece marcada pelo falocentrismo que acarreta em segregação horizontal (parede de cristal) e vertical (teto de vidro) das mulheres advogadas, sendo a divisão sexual do trabalho doméstico e de cuidado de pessoas a maior barreira enfrentada para o ingresso, permanência e ascensão na carreira.
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