Por que o problema continua sendo o problema? Diferenciando pesquisa jurídico-instrumental e pesquisa jurídico-científica e o papel das fontes do Direito

Authors

  • Julia Maurmann Ximenes IDP

Keywords:

pesquisa jurídica, fontes do Direito, metodologia, campo, habitus

Abstract

A pesquisa jurídica é objeto de muito debate, principalmente sobre a natureza dos dados coletados, qualitativos ou quantitativos. O presente artigo supera esta dicotomia e apresenta uma proposta de análise a partir das categorias teóricas de campo e habitus de Pierre Bourdieu. O objetivo é demonstrar a confusão na prática da pesquisa jurídica em dois campos, o jurídico-instrumental e o jurídico-científico. O papel da metodologia é salientado na crítica a forma de utilização das fontes do Direito na pesquisa científica.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biography

Julia Maurmann Ximenes, IDP

Advogada. Mestre em Direito, Doutora em Sociologia Política na Universidade de Brasília, Pós-doutora em Direito na Universidade da Califórnia. Professora do Programa de Mestrado em Direito no Instituto Brasiliense de Direito Público – IDP.

References

ANITUA, Gabriel Ignacio. Notas sobre La metodologia de investigacion empíricas em derecho. In: COURTIS, Christian. Observar la ley: Ensayos sobre metodologia de la investigacion jurídica. Madrid: Trotta, 2009, p. 299-319.

BITTAR, Eduardo C.B. Crise da ideologia positivista: por um novo paradigma pedagógico para o ensino jurídico a partir da Escola de Frankfurt. Trabalho apresentado no XV CONPEDI, Manaus, 2006.

BOURDIEU, Pierre. Pierre Bourdieu: sociologia. Organizador: Renato Ortiz. São Paulo: Ática, 1983.

________________A economia das trocas simbólicas. 2 ed. São Paulo: Perspectiva, 1987.

_______________ O Poder Simbólico. São Paulo: Bertrand Brasil, 1989.

_______________ Razões Práticas – sobre a teoria da ação. Campinas: Papirus, 1996.

CONSTANTINO, Alexandre Krügner; ALVES NETO, Francisco Raimundo. Direito, educação, ensino e metodologia jurídicos. In: BORGES, Maria Creusa de Araújo; SANCHES, Samyra Haydêe Dal Farra Naspolini. (coord) Direito, educação, ensino e metodologia jurídicos I . Florianópolis : CONPEDI, 2014 , p. 305-323

COSTA, Alexandre Bernardino; ROCHA, Eduardo Gonçalves. Epistemologia e pesquisa em direito. In: BELLO, Enzo; ENGELMANN, Wilson. (coord) Metodologia da pesquisa em direito (ebook) Caxias do Sul: Educs, 2015, p. 117- 138.

DESLANDES, Suely Ferreira. O projeto de pesquisa como exercício científico e artesanato intelectual. In: MINAYO, Maria Cecília de Sousa (org) Pesquisa Social – teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2007, p. 31-60.

FONSECA, Dirce Mendes, CIARALLO, Gilson e CRUZ, Tânia Cristina. Epistemologia do Campo Jurídico: Reflexões Acerca do Papel da Pesquisa Jurídica. Anais do XVII Encontro Nacional do CONPEDI/Salvador. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2008. p.3969-3983

FRAGALE FILHO, Roberto. Quando a empiria é necessária? In: Anais do XIV Congresso Nacional do CONPEDI. Florianópolis (SC) : Fundação Boiteux, 2005.

FRAGALE FILHO, Roberto; VERONESE, Alexandre Kehrig. A pesquisa em Direito: diagnóstico e perspectivas. RBPG. Revista Brasileira de Pós-Graduação , Brasília (DF), v. 2, p. 53-70, 2004.

FRAGALE FILHO, Roberto; VERONESE, Alexandre Kehrig. Pesquisa em Direito: as duas vertentes vs a não-pesquisa. In: XIMENES, Julia Maurmann; SILVA, Larissa Tenfen. Ensinar direito o Direito. São Paulo: Saraiva, 2015, p. 299-336.

GUSTIN, Miracy; DIAS, Maria Tereza Fonseca. (Re) Pensando a pesquisa juridica. Belo Horizonte: Del Rey, 2006.

GUSTIN, Miracy B. de Souza; LARA, Mariana Alves; COSTA, Mila Batista Leite Corrêa. Pesquisa quantitativa na produção do conhecimento jurídico. Rev. Fac. Direito UFMG, Belo Horizonte, n. 60, p. 291 a 316, jan./jun. 2012

Belo Horizonte: Del Rey, 2006.

JAPIASSU, Hilton. O mito da neutralidade científica. Rio de Janeiro: Imago, 1975.

KUHN, T. S. A estrutura das Revoluções Científicas. São Paulo: Perspectiva, 2000.

LOPES, José Reinaldo de. Regla y compás, o metodologia para um trabajo jurídico sensato. In: COURTIS, Christian. Observar la ley: Ensayos sobre metodologia de la investigacion jurídica. Madrid: Trotta, 2009, p. 41- 67.

MARQUES, Cláudia de Lima. A Crise científica do Direito na pós-modernidade e seus reflexos na pesquisa. Arq. Ministério da Justiça. Brasília, Ano 50, n. 189, p. 49-64, jan/jun 1998.

MOLL, Luiza Helena Malta. Projeto de pesquisa em Direito. In: CARRION, Eduardo Kroeff Machado; MEDINA, Ranier de Souza (org). Reforma Constitucional e Efetividade dos Direitos. Porto Alegre: UFRGS, 2007, p. 141-176.

NOBRE, Marcos. Apontamentos sobre a Pesquisa em Direito no Brasil. Revista Novos Estudos CEBRAP, n°66, jul/2003, p.145-153

OLIVEIRA, Luciano. Não fale do Código de Hamurabi: a pesquisa sócio-jurídica na pós-graduação em Direito. Anuário dos Cursos de Pós-Graduação em Direito (UFPE), v. 13, p. 299-330, 2003.

RODRIGUES JR., Otávio Luiz. Dogmática e crítica da jurisprudência. Revista dos Tribunais, v. 891, p. 64, jan 2010.

SARLO, Oscar. El marco teórico en la investigación dogmatica. In: COURTIS, Christian. Observar la ley: Ensayos sobre metodologia de la investigacion jurídica. Madrid: Trotta, 2009, p. 175-208.

SETTON, Maria da Graça Jacinto. A teoria do habitus em Pierre Bourdieu: uma leitura contemporânea. Revista Brasileira de Educação, n. 20, p. 60-70, maio/jun./jul./ago. 2002.

THIRY-CHERQUES, Hermano Roberto. Pierre Bourdieu: a teoria na prática. RAP, Rio de Janeiro, n. 40, p. 27-55, jan./fev. 2006.

Published

2019-01-10

How to Cite

Ximenes, J. M. (2019). Por que o problema continua sendo o problema? Diferenciando pesquisa jurídico-instrumental e pesquisa jurídico-científica e o papel das fontes do Direito. Public Law, 15(82). Retrieved from https://www.portaldeperiodicos.idp.edu.br/direitopublico/article/view/3193

Issue

Section

Seção Especial – Teorias e Estudos Científicos