COLUSÃO ÚNICA OU MÚLTIPLAS COLUSÕES NO DIREITO ANTITRUSTE: PARÂMETROS PARA UMA HIDRA DE LERNA?
Palavras-chave:
infração à ordem econômica, cartel, colusão/infração única vs colusões/infrações múltiplas, parâmetros, antitruste.Resumo
Analogicamente à Hidra de Lerna, com um corpo de dragão e diversas cabeças de serpente, uma investigação antitruste pode enxergar o cartel como uma única cabeça de serpente (cartel único) ou múltiplas cabeças, passíveis de multiplicação (cartéis múltiplos). Com base na experiência norte-americana e europeia sobre o tema, o presente artigo visa a propor dez parâmetros – não exaustivos, mas exemplificativos, a serem avaliados em termos de preponderância, não cumulativos – para a tomada de decisão a respeito da existência de uma colusão única ou de múltiplas colusões. O objetivo é conferir maior segurança e previsibilidade à tomada de decisão pela autoridade antitruste, o que não descarta a inexorável subjetividade desse tipo de análise, em que pese calcada na razoabilidade e na proporcionalidade, baseada em critérios técnicos.Downloads
Referências
ALEXIADIS, P., SWANSON, D. G., GUERRERO A. Raising the EU evidentiary bar for the “single and continuous infringement” doctrine. Concurrences nº 4-2016. Article 10.
ANDRADE, André. Dos crimes continuado e permanente e a inconstitucionalidade da Súmula 711 do STF.
BRASIL. Código Penal. Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940.
BRASIL. Lei de Defesa da Concorrência. Lei nº 12.529, de 30 de novembro de 2011.
BRASIL. Lei dos Juizados Especiais. Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.
BRASIL. Novo Código de Processo Civil. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015.
BRASIL. Regimento Interno do Conselho Administrativo de Defesa Econômica - RICADE.
BRASIL. Resolução nº 3, de 29 de maio de 2012, do Conselho Administrativo de Defesa Econômica.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Agravo Regimental na Ação Penal nº 2015/0023793-9. Agravante: Sérgio Manoel Nader Borges. Agravado: Ministério Público Federal. Relator: Ministro OG Fernandes. Brasília, 03 de maio de 2017.
BRASIL. Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Agravo Regimental em Agravo de Instrumento nº 2009.01.00.061960-9. Agravante: Eric Mignonat. Agravado: União Federal. Relator: Desembargador Federal Fagundes de Deus. Brasília, 03 de novembro de 2010.
ESTADOS UNIDOS. Antitrust Resource Manual. Department of Justice; U.S. Attorneys: 1997.
ESTADOS UNIDOS. Grand Jury Practice Manual. Department of Justice; Antitrust Division: 1991. p. VII-46.
ESTADOS UNIDOS. Braverman v. U.S., 317 U.S. 49 (1942).
ESTADOS UNIDOS. Kotteakos v. U.S., 328 U.S. 750, 750 (1946)
ESTADOS UNIDOS. Blumenthal v. U.S., 332 U.S. 539, 541 (1947)
ESTADOS UNIDOS. U.S. v. Palermo, 410 F.2d 468, 469 (7th Cir. 1969)
ESTADOS UNIDOS. U.S. v. Varelli, 407 F.2d 735, 739 (7th Cir. 1969)
ESTADOS UNIDOS. U.S. v. Licausi, 413 F.2d 1118 (1969)
ESTADOS UNIDOS. State v. Louf, 314 A.2d 376, (1973)
ESTADOS UNIDOS. U.S. v. Richerson, 833 F.2d 1147, 1153 (5th Cir. 1987)
ESTADOS UNIDOS. U.S. v. Ghazaleh, 58 F.3d 240, 245 (6th Cir. 1995)
ESTADOS UNIDOS. U.S. v. Maliszewski, 161 F.3d 992, (1998)
ESTADOS UNIDOS. Braverman v. US, 317 U.S. 49 (1942).
ESTADOS UNIDOS. Kotteakos v. US, 328 U.S. 750, 750 (1946).
GUNIGANTI, Pallavi. DOJ takes more care with leniency markers, say acting antitruste head. Global Competition Review: 3 February 2017.
MAILLARD, Jean-Nicolas; KERES, Camille. Single Continuous Infringement. December 2014.
NETO, Alcides da Fonseca. O Crime Continuado. Lumen Juris, Rio de Janeiro: 2004, p. 23-24
UNIÃO EUROPEIA. Enichem Anic Partecipazioni SpA v. Comissão Europeia. § 204. Julgamento do Tribunal de Primeira Instância de 17 de dezembro de 1991.
UNIÃO EUROPEIA. Enichem Anic SpA v Commission of the European Communities (1991)
UNIÃO EUROPEIA. Cimenteries CBR and Others v Commission (1994)
UNIÃO EUROPEIA. JFE Engineering Corp., formerly NKK Corp., Nippon Steel Corp., JFE Steel Corp. and Sumitomo Metal Industries Ltd v Commission (2004)
UNIÃO EUROPEIA. Quinn Barlo Ltd, Quinn Plastics NV e Quinn Plastics GmbH (2006)
UNIÃO EUROPEIA. Gas Insulation Switchgear (2007)
UNIÃO EUROPEIA. European Commission; Almamet GmbH Handel mit Spänen und Pulvern aus Metall v European Commission (2012)
UNIÃO EUROPEIA. Trelleborg Industrie SAS e Trelleborg AB v Commission (2013).
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
O(s)/A(s) autores(as) dos manuscritos submetidos concorda(m) com as regras a seguir:
1) Todos os autores e autoras participaram do trabalho, são responsáveis pelas ideias e conceitos nele emitidos e atestam sua conformidade com os princípios éticos exigidos.
2) Todos os autores e autoras concordam com a forma final do trabalho e em ceder os direitos para publicação nos canais de publicação da Escola de Direito do IDP.
3) Todos os autores e autoras informam que o manuscrito é de sua autoria e assumem a responsabilidade pelo trabalho, declarando que a obra a ser publicada não infringe quaisquer direitos de propriedade intelectual de terceiros.
3.1) Em caso de submissão simultânea, além da reprovação imediata do artigo e comunicação ao(s) respectivo(s) periódico(s), a Revista Direito Público se reserva o direito de não receber novas submissões de todos os autores implicados pelo prazo de 2 (dois) anos, contado a partir da data de ciência do fato.
4) Todos os autores e autoras autoriza(m) a edição de seu trabalho e cede(m) à Escola de Direito do IDP os direitos de autor para reproduzir, editar e publicar ou veicular o citado trabalho em qualquer forma midiática, resguardada a autoria, em particular sob forma digital, em arquivo eletrônico online na Internet, bem como armazená-los em seu repositório de acordo com o desenvolvimento do processo editorial. Esta concessão não terá caráter oneroso para a Escola de Direito do IDP, não havendo remuneração sob qualquer modalidade pela utilização do referido material, tendo este o caráter de colaboração científica.