A autoridade normativa da Organização Mundial da Saúde nos estados-membros:

um estudo empírico do poder executivo brasileiro

Autores

  • Paula Wojcikiewicz Almeida Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu da FGV Direito Rio. Doutora summa cum laude em Direito Internacional e Europeu na Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne. I FGV Direito Rio. Rio de Janeiro (RJ). Brasil. https://orcid.org/0000-0002-5899-9254
  • Matheus Rodrigues Silva de Castro Fundação Getúlio Vargas (FGV). Rio de Janeiro (RJ). Brasil. https://orcid.org/0000-0002-5339-7772
  • Natália da Silva Barcelos Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Fundação Getúlio Vargas (FGV). Rio de Janeiro (RJ). Brasil. https://orcid.org/0000-0002-9656-9386

DOI:

https://doi.org/10.11117/rdp.v21i112.8028

Palavras-chave:

Organização Mundial de Saúde; Autoridade normativa; Poder Executivo brasileiro; Regulação Global

Resumo

O artigo tem como objetivo analisar se e como o Poder Executivo federal brasileiro implementa a produção normativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) no âmbito interno. Para tanto, inclui um estudo empírico que emprega uma metodologia que identifica menções diretas e precisas às normas da OMS como referências à autoridade normativa. Os resultados são apresentados de acordo com sua relação com a COVID-19. São analisados a frequência temporal das menções; as normas que são implementadas pelo Poder Executivo Federal; os órgãos internos que mais as implementam; a menção em atos normativos e não normativos; o local das menções nos documentos internos; as razões para sua implementação; a relevância da distinção entre normas vinculantes (hard) e não vinculantes (soft) e se os atos não vinculantes são citados em atos domésticos vinculantes. Em conclusão, o artigo destaca o uso limitado da autoridade normativa da OMS pelo Executivo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Paula Wojcikiewicz Almeida, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu da FGV Direito Rio. Doutora summa cum laude em Direito Internacional e Europeu na Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne. I FGV Direito Rio. Rio de Janeiro (RJ). Brasil.

Professora de Direito Internacional da Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro (desde 2008). Coordenadora do Centro de Direito Global da Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas. Coordenadora do Centro de Excelência Jean Monnet sobre os Desafios Globais UE-América Latina, patrocinado pela Comissão Europeia (2023-2026). Coordenadora do Centro de Excelência Jean Monnet sobre Governança Global UE-América do Sul (2019-2023). Pesquisadora associada do Instituto de Direito Internacional e Europeu da Sorbonne (IREDIES). Professora Permanente do Programa de Pós-Graduação da Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro. Presidente do Grupo de Interesse sobre 'Cortes e Tribunais Internacionais' da Sociedade Latino-Americana de Direito Internacional (LASIL). Doutora summa cum laude em direito internacional e europeu pela École de droit de l’Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne. Mestra em direito internacional público e direito europeu - Université Paris XI, Faculté Jean Monnet.

Matheus Rodrigues Silva de Castro, Fundação Getúlio Vargas (FGV). Rio de Janeiro (RJ). Brasil.

Mestre em Direito Constitucional (Universidade Federal Fluminense - UFF). Especialista em Direito Público e Privado (Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro - EMERJ). Bacharel em Direito (FGV Direito Rio). Bacharel em Ciência Política (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO). Pesquisador do Centro de Direito Global da FGV Direito Rio.

Natália da Silva Barcelos, Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Fundação Getúlio Vargas (FGV). Rio de Janeiro (RJ). Brasil.

Doutoranda em Sociologia (Instituto de Estudos Sociais e Políticos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - IESP-UERJ). Mestre em Sociologia (Instituto de Estudos Sociais e Políticos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - IESP-UERJ). Bacharel em Ciências Econômicas (Universidade Federal Fluminense Campos dos Goytacazes - UFF Campos). Pesquisadora do Centro de Direito Global da FGV Direito Rio.

Referências

ALMEIDA, Paula; ARAÚJO, Giulia; OLIVEIRA, Mariana. The Challenges of the Global Health Governance System in the Covid-19 Pandemic: Current Limitations and Possibilities for Reform. Direito e Práxis. V. 13, n. 3, 2022, p. 1613-1652. DOI: https://doi.org/10.1590/2179-8966/2021/56519

BEHRENDT, Silvia; MÜLLER, Amrei. ‘Why the Rush? A Call for Critical Reflection on the Legal and Human Rights Implications of a Potential New International Treaty on Pandemics’. Blog of the European Journal of International Law, 29 July 2022). Disponível em: https://www.ejiltalk.org/why-the-rush-a-call-for-critical-reflection-on-the-legal-and-human-rig hts-implications-of-a-potential-new-international-treaty-on-pandemics/. Acesso em: 25 Jul. 2024

BOYLE, Alan. Soft law in international law-making. In: EVANS, M. (Ed.). International Law. 4. ed. Oxford University Press, 2010, p. 118–135. DOI: https://doi.org/10.1093/he/9780199565665.003.0005

BURCI, Gian Luca, CASSELS, Andrew. Health. In: KATZ COGAN, Jacob, HURD, Ian, JOHNSTONE, Ian (eds.). The Oxford Handbook of International Organizations. OUP, 2017, p. 447-470. DOI: https://doi.org/10.1093/law/9780199672202.003.0021

BURCI, Gian Luca, STROBEYKO, Adam, MORICH, Daniela. Global Health Law Reforms: An Update on the Amended International Health Regulations and the Pandemic Agreement Negotiations. American Society of International Law, V. 28, Is. 7, 2024.

BUTLER, Nicolette. Non-Disputing Party Participation in ICSID Disputes: Faux Amici? Netherlands International Law Review, v. 66, n. 1, 2019, p. 143-178. DOI: https://doi.org/10.1007/s40802-019-00132-8

FIDLER, David. The Challenges of Global Health Governance. Council on Foreign Relations Working Paper, Mai. 2010.

FIDLER, David. The future of the World Health Organization: What role for international law. Vanderbilt J Trans Law 1079, v. 31, n. 5, 2021.

GOSTIN, Lawrence, SRIDHAR, Devi, HOUGENDOBLER, Daniel. The normative Authority of the World Health Organization. Public Health, v. 129, n. 7, 2015. DOI: https://doi.org/10.1016/j.puhe.2015.05.002

INTERNATIONAL LAW ASSOCIATION (ILA). Sydney Conference Report on ‘Global Health Law’, 2018.

KLOCK, Kevin. A. The Soft Law Alternative to the WHO’s Treaty Powers. Georgetown Journal of International Law, v. 44, n. 2, 2013, p. 821-846.

LANGFORD, Malcolm. Mixed Methods in Human Rights. In: B Andreassen, H-O Sano and Methven O’Brien (eds.) Research Methods in Human Rights: A Handbook Edward Elgar, 2023, p. 290-318.

MEIER, B. M.; FINCH, A.; HABIBI, R. Global Health Law: Between Hard and Soft Law. Journal of Law, Medicine and Ethics (forthcoming), 2024. DOI: https://doi.org/10.2139/ssrn.4971121

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Constitution of the World Health Organization. International Health Conference, 22 July 1946.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). COVID-19: Public Health Emergency of International Concern (PHEIC). Global research and innovation forum: towards a research roadmap. 11-12 February, 2020. Disponível em: https://www.who.int/publications/m/item/covid -19-public-health-emergency-of-international-concern-(pheic)-global-research-and-innovation -forum. Acesso em: 20 dez. 2024.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Executive Board, 130th session. WHO reform: programmes and priority setting. Jan. 13, 2012.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Evaluation of WHO’s Normative Function. Corporate evaluation commissioned by the WHO Evaluation Office. Jul. 2017.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). WHO Director-General’s opening remarks at the media briefing on COVID-19. Mar. 11 2020.

PRONTO, Arnold N. Understanding the Hard/Soft Distinction in International Law. Vanderbilt Law Review, v. 48, n. 4, 2015, p. 941-956.

SEKALALA, Sharifah. Soft Law and Global Health Problems: Lessons from Responses to HIV/AIDS, Malaria and Tuberculosis. 1. ed. Cambridge University Press, 2017. DOI: https://doi.org/10.1017/9781107278950

SEKALALA, Sharifah; MASUD, Haleema. Soft Law Possibilities in Global Health Law. Journal of Law, Medicine & Ethics, v. 49, n. 1, 2021, p. 152–155. DOI: https://doi.org/10.1017/jme.2021.20

SILVA, Andressa; CAOVILLA, Maria Aparecida; PEREIRA, Reginaldo. Governança Ambiental Transnacional em Tempos de Radicalização do Neoliberalismo e de Mudanças Climáticas: Perspectivas a Partir da Metáfora dos Regimes Planetários. Direito Público, v. 18, n. 97, 2021, p. 243-271. DOI: https://doi.org/10.11117/rdp.v18i97.4937

SQUATRITO, Theresa. Amicus Curiae Briefs in the WTO-DSM: Good or Bad News for Non-State Actor Involvement? World Trade Review, v. 17, 2018, p. 65-89. DOI: https://doi.org/10.1017/S1474745617000052

THÜRER, Daniel. Soft law. Max Planck Encyclopedia of Public International Law. 2009. DOI: https://doi.org/10.1093/law:epil/9780199231690/e1469

VIEGAS, Leandro, VENTURA, Deisy de Freitas Lima, SILVA, Miriam Ventura da. The proposal of an international convention on response to pandemics: in defense of a human rights treaty for the field of global health. Caderno Saúde Pública, v. 38, n. 1, 2022. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-331x00168121

VILLAREAL, Pedro A. Pandemic Declarations of the World Health Organization as an Exercise of International Public Authority: The Possible Legal Answers to Frictions between Legitimacies. Goettingen Journal of International Law. v. 7, n. 1, 2016, p. 95-129.

VON BOGDANDY, Armin; DANN, Philipp; GOLDMAN, Matthias. Developing the Publicness of Public International Law: Towards a Legal Framework for Global Governance Activities. In: Von Bogdandy et. al. (eds) The exercise of public authority by international institutions: advancing international institutional law. Springer, 2010, p. 3-32. DOI: https://doi.org/10.1007/978-3-642-04531-8_1

ZHOU, Suzanne. What difference would a binding international legal instrument on alcohol control make? Lessons from the WHO FCTC’s impact on domestic litigation. European Journal of Risk Regulation. V. 12, 2021, p. 514-529. DOI: https://doi.org/10.1017/err.2020.76

Downloads

Publicado

2025-01-31

Como Citar

Almeida, P. W., Castro, M. R. S. de, & Barcelos, N. da S. (2025). A autoridade normativa da Organização Mundial da Saúde nos estados-membros: : um estudo empírico do poder executivo brasileiro. Direito Público, 21(112). https://doi.org/10.11117/rdp.v21i112.8028