“Von Recht zum Unrecht”
a falácia do método jurídico no (não) Direito nazifascista
DOI:
https://doi.org/10.11117/rdp.v21i109.7077Abstract
Not infrequently, it is argued in the juridical field that authoritarian regimes could be related to some specific jurisprudence, methodology or legal theory, and its very common to take Nazi experience as a paradigmatic example of that. Interestingly, however, sometimes this relationship is taken between the Nazi-fascist regime and positivism, sometimes it is drawn in the opposite direction, pointing to the relationship between Nazism and anti-formalist postures. Thus, it is possible to raise de question: is there any relation between certain jurisprudence, legal theory, methodology or rhetoric and authoritarian regimes? The main objective of this work is to indicate that it is not possible to identify any implication between authoritarian regimes, particularly nazi-fascists regimes with any specific legal theory or methodology, positivist or anti-formalist. This is a theoretical research, based on bibliographic sources, especially from constitutional theory and constitutional historiography, which explores the issue, pointing out that Nazi-fascist regimes used both anti-formalist and positivist legal rhetoric, in Germany and in Vichy France, respectively, to impose their authoritarian agenda and abuses. As a result, it is concluded that any deficits in decision-making controllability and cases of judicial exception are especially more related to the avoidance of any legal theory/methodology than to a specific posture.
Downloads
References
ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. Tradução Virgílio Afonso da Silva. São Paulo: Malheiros, 2008.
BARRETO DE MENEZES, Tobias. "Idéia do Direito" — Discurso proferido em colação de grau na Faculdade de recife. In: C. A. M. de SOUSA (org.). Antologia de famosos discursos brasileiros. São Paulo: Logos, 1957, p. 88-96.
BARROSO, Luís Roberto; BARCELLOS, Ana Paula de. O começo da história: a nova interpretação constitucional e o papel dos princípios no direito brasileiro. Revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, n. 232, p. 141-176, abr./jun. 2003. Disponível em: <https://doi.org/10.12660/rda.v232.2003.45690>.
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 15 ed. São Paulo, Malheiros, 2004.
CALDWELL, Peter. Popular sovereignty and the crisis of german constitutional Law: the theory and practice of Weimar constitutionalism. Durham: Duke University Press, 1997.
CANOTILHO, J J. Gomes. Direito constitucional e teoria da constituição. 7 ed. Coimbra: Almedina, 2000.
CURRAN, Vivian G. Fear of Formalism: Indications from the Fascist Period in France and Germany of Judicial Methodology’s Impact on Substantive Law, Cornell International Law Journal, v. 35, n. 1, pp. 101-187, 2001. Disponível em: <https://scholarship.law.cornell.edu/cilj/vol35/iss1/3>.
DAWSON, J. P. Specific Performance in France and Germany. Michigan Law Review, v. 57, 4, p. 495-538, 1959. Disponível em: <https://repository.law.umich.edu/mlr/vol57/iss4/6>.
DWORKIN, Ronald. Levando os direitos a sério. Tradução Jefferson Luiz Camargo. 2ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007a.
DWORKIN, Ronald. O império do direito. Tradução Jefferson Luiz Camargo. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007b.
DYZENHAUS, David. Legality and Legitimacy: Carl Schmitt, Hans Kelsen and Hermann Heller in Weimar. Oxford: Oxford University Press, 1997.
GARCÍA AMADO, Juan Antoni. Nazismo, Derecho y Filosofía del Derecho. Anuario de Filosofia del Derecho, v. 8, p. 341-364, 1991. Disponível em: <https://www.boe.es/publicaciones/anuarios_derecho/articulo.php?id=ANU-F-1991-10034100364>.
HART, Heber L.A. Positivism and the Separation of Law and Morals. Harvard Law Review, v. 71, n. 4, p. 593-629, 1958.
HELLER, Hermann. Die Souveränität. Berlin: Verlag Classic Edition, 2010.
HELLER, Hermann. La Soberanía: contribución a la Teoría del Derecho Estatal y del Derecho Internacional. México, UNAM, 1965.
HELLER, Hermann. Metas y límites de una reforma de la constitución alemana. In: H. HELLER. El sentido de la política y otros ensayos. Valencia: Pre-textos, 1996, p. 69-74
HELLER, Hermann. Teoría del Estado. Cidade do México, FCE, 1998.
JACOBSON, Arthur; SCHLINK, Bernhard (org.). Weimar: a jurisprudence of crisis. Berkley: University of California Press, 2002.
JELLINEK, Georg. Reforma y mutación de la constitucion. Tradução Christian Förster. Madri: Centro de Estudios Constitucionales, 1991.
LOCHAK, D. 1989. La doctrine sous Vichy ou les mésaventures du positivisme. In: D. LOCHAK (ed). Les usages sociaux du droit. Paris, Presses universitaires de France, p. 252. Disponível em: http://www.anti-rev.org/textes/Lochak89a/
LOUGHLIN, Martin. Foundations of Public Law. Oxford: Oxford University Press, 2010.
LUCAS VERDÚ, Pablo. La lucha contra el positivismo jurídico en la República de Weimar: la teoría constitucional de Rudolf Smend. Madri, Tecnos, . 1987.
LUCAS VERDÚ, Pablo. Lugar de la teoría de la constitución en el marco del derecho político. Revista de Estudios Políticos, Madri, n. 188, p. 5-20, 1973. Disponível em: <https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=1710417>
MAHLMANN, M. Judicial methodology and Fascista and Nazi law. In: C. JOERGES; N.S. GHALEIGH (eds.). Darker Legacies of Law in Europe: the shadow of National Socialism and Fascism over Europe and its legal traditions. Oxford/Portland: Hart Publishing, 2003, p. 229-241.
MATOS, Andityas S. M. C.; MILÃO, Diego A.P. Decisionismo e Hermenêutica Negativa: Carl Schmitt, Hans Kelsen e a afirmação do poder no ato interpretativo do direito. Seqüência, Florianópolis, v. 67, p. 111-137, 2013. Disponível em: <https://doi.org/10.5007/2177-7055.2013v34n67p111>
MATOS, Andityas S. M. C.; SOUZA, Joyce K. S. Sobrevivências do nazifascismo na teoria jurídica contemporânea e seus reflexos na interpretação judicial brasileira. Revista de Estudos Constitucionais, Hermenêutica e Teoria do Direito (RECHTD), v. 9, n. 3, p. 295-310, 2017. Disponível em: <https://doi.org/10.4013/rechtd.2017.93.08>
MERRYMAN, J. H. The French Deviation. The American Journal of Comparative Law, v. 44, n. 1, p. 109-119. 1996. Disponível em: <https://doi.org/10.2307/840522>
MÜLLER, Ingo. Gesetzliches Recht und übergesetzliches Unrecht: Gustav Radbruch und die Kontinuität der deutschen Staatsrechtslehre. Leviathan, v. 7, n. 3, p. 308-338, 1979.
NEUMANN, Franz. Behemoth: the Structure and Practice of National Socialism 1933-1944. Chicago: Ivan R. Dee, 2009.
OTT, W.; BUOB, F. Did legal positivism render German jurists defenceless during the Third Reich? Social & Legal Studies, v. 2, n. 1, p. 91-104, 1993.
RADBRUCH, Gustav. Gesetzliches Unrecht und übergesetzliches Recht. Süddeutsche Juristen-Zeitung, v. 1, n. 5, p. 105-108, 1946.
RODRIGUEZ, José Rodrigo. As figuras de perversão do direito: para um modelo crítico de pesquisa jurídica. Revista Prolegómenos: Derechos y Valores, Bogotá, v. 19, n. 37, p. 99-108, 2016. DOI: https://doi.org/10.18359/prole.1682
RÜTHERS, Bernard. Derecho degenerado. Teoría jurídica y juristas de câmara em el Tercer Reich. Madri: Marcial Pons, 2016.
SCHUARTZ, Luis Fernando. Consequencialismo Jurídico, Racionalidade Decisória e Malandragem. Revista de Direito Administrativo, v. 248, pp. 130-158, mai./ago. 2008. DOI: https://doi.org/10.12660/rda.v248.2008.41531
SILVA, Virgílio Afonso. Direitos fundamentais: conteúdo essencial, restrições e eficácia. São Paulo: Malheiros, 2009.
SILVA, Virgílio Afonso. Interpretação constitucional e sincretismo metodológico. In: V.A. SILVA (org.). Interpretação constitucional. São Paulo: Malheiros, 2005, p. 115-143.
SOUSA, Inês A.; MARÓN, Manuel F. Divergências e convergências entre as teorias de Rudolf Smend e Konrad Hesse na interpretação de direitos fundamentais. Revista de Estudos Constitucionais, Hermenêutica e Teoria do Direito (RECHTD), v. 9, n. 1, p. 11-21, 2017. DOI: https://doi.org/10.4013/rechtd.2017.91.02
SMEND, Rudolf. Constitución y derecho constitucional. Madri, Centro de Estudios Constitucionales, 1985.
SMEND, Rudolf. Ungeschriebenes Verfassungsrecht im monarchischen Bundesstaat. In SMEND, Rudolf. Staatsrechtliche Abhandlungen und andere Aufsätze. 4 ed. Berlim: Duncker & Humblot GmbH, 2010.
STOLLEIS, Michael. Der Methodenstreit der Weimarer Staatsrechtslehre: ein abgeschlossenes Kapitel der Wissenschaftsgeschichte? Steiner: Stuttgart 2001.
STOLLEIS, Michael. The law under the swastika: studies on legal history in Nazi Germany. Chicago: University of Chicago Press, 1998. eBook.
STRECK, Lenio L. Porque a discricionariedade é um grave problema para Dworkin e não o é para Alexy. Direito & Praxis, v. 4, n. 7, p. 343-367, 2013.
VALADÃO, Rodrigo Borges. Positivismo jurídico e nazismo: formação, refutação e superação da lenda do positivismo. São Paulo: Contracorrente, 2022.
VITA, Letícia. La noción de princípios jurídicos en la teoría del derecho de Hermann Heller. ISONOMÍA, v. 43, n. 49-75, 2015.
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 2024 Direito Público

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
O(s)/A(s) autores(as) dos manuscritos submetidos concorda(m) com as regras a seguir:
1) Todos os autores e autoras participaram do trabalho, são responsáveis pelas ideias e conceitos nele emitidos e atestam sua conformidade com os princípios éticos exigidos.
2) Todos os autores e autoras concordam com a forma final do trabalho e em ceder os direitos para publicação nos canais de publicação da Escola de Direito do IDP.
3) Todos os autores e autoras informam que o manuscrito é de sua autoria e assumem a responsabilidade pelo trabalho, declarando que a obra a ser publicada não infringe quaisquer direitos de propriedade intelectual de terceiros.
3.1) Em caso de submissão simultânea, além da reprovação imediata do artigo e comunicação ao(s) respectivo(s) periódico(s), a Revista Direito Público se reserva o direito de não receber novas submissões de todos os autores implicados pelo prazo de 2 (dois) anos, contado a partir da data de ciência do fato.
4) Todos os autores e autoras autoriza(m) a edição de seu trabalho e cede(m) à Escola de Direito do IDP os direitos de autor para reproduzir, editar e publicar ou veicular o citado trabalho em qualquer forma midiática, resguardada a autoria, em particular sob forma digital, em arquivo eletrônico online na Internet, bem como armazená-los em seu repositório de acordo com o desenvolvimento do processo editorial. Esta concessão não terá caráter oneroso para a Escola de Direito do IDP, não havendo remuneração sob qualquer modalidade pela utilização do referido material, tendo este o caráter de colaboração científica.