Preferências Adaptativas, Pobreza Multidimensional e Políticas Públicas

Os Contornos da Dignidade Humana

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11117/rdp.v19i104.6954

Resumo

As preferências adaptativas são sustentadas no pressuposto de que a experiência de privação enviesa as preferências dos sujeitos para a sua adaptação a condições adversas de vida, impactando o que se considera dignidade humana. Por isso, alguns autores indicam que esse viés deveria ser considerado para a formulação e a implementação de políticas públicas voltadas a populações vulneráveis e empobrecidas. Este estudo tem por objetivo apresentar evidências empíricas para o debate crítico sobre as preferências adaptativas, encontradas no estudo sobre pobreza multidimensional na cidade de São Paulo e como contribui para os contornos do conceito de dignidade humana. A partir da Abordagem Consensual, investigamos os níveis de consenso entre várias parcelas da população paulistana e o seu nível de privação. Eram esperados impactos das preferências adaptativas no consenso e na predileção dos mais pobres sobre o que é necessário para um padrão de vida digno no Brasil de hoje. No entanto, os resultados alcançados indicam evidências empíricas pouco significativas que apontam para impactos significativos das preferências adaptativas em nossa amostra. Não há diferença relevante entre as opiniões dos mais pobres e dos não pobres sobre o que deve ser garantido a todas e todos, o que permite construir o que deve fazer parte da dignidade humana. Os dados apresentam similaridade das preferências de pobres e não pobres. Este estudo está em consonância com pesquisas anteriores que indicam que as preferências adaptativas não impactam de forma significativa a Abordagem Consensual.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Flávia Uchôa de Oliveira, Universidade Federal Fluminense, Departamento de Administração. Niterói (RJ). Brasil)

Doutora em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo, com estudos de pós-doutorado pela Universidade de Cardiff no Projeto Brazil Wastewater Surveillance Hub; docente na graduação e pós-graduação na Universidade Federal Fluminense, Departamento de Administração (Niterói, RJ, Brasil).

Shailen Nandy, Cardiff University. Cardiff (Gales). Reino Unido

Professor de Política Social na Escola de Ciências Sociais da Universidade de Cardiff, Reino Unido. Pesquisa pobreza e desenvolvimento internacional, tendo colaborado com agências da ONU, como a UNICEF, por mais de 20 anos. Atualmente, pesquisa a relação entre a medição da pobreza multidimensional e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, em colaboração com pesquisadores no Brasil, Índia, Uganda e no Pacífico Sul, incluindo o Reino de Tonga e Fiji.

Luis Renato Vedovato, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas (SP). Brasil.

Membro do Academic Advisory Group of the Global Center for Legal Innovation on Food Environments (“Global Center”) do O’Neill Institute for National and Global Health Law (Georgetown University); Editor Associado do Journal of Poverty and Social Justice; Livre Docente pela UNICAMP; Doutor em Direito Internacional pela Faculdade de Direito da USP; Professor Associado MS5.1

Downloads

Publicado

2023-01-31

Como Citar

Uchôa de Oliveira, F., Nandy, S., & Vedovato, L. R. (2023). Preferências Adaptativas, Pobreza Multidimensional e Políticas Públicas: Os Contornos da Dignidade Humana. Direito Público, 19(104). https://doi.org/10.11117/rdp.v19i104.6954

Edição

Seção

Chamada de Dossiê Temático "Dignidade Humana, Pobreza Multidimensional e Justiça Social (Human Dignity, Multidimensional Poverty and Social Justice)"