Esterilização forçada de mulheres negras e indígenas no Brasil e no Canadá (2015 - 2019)
Entre a Colonialidade Global e a Justiça Reprodutiva
DOI:
https://doi.org/10.11117/rdp.v21i112.7767Palavras-chave:
Esterilização forçada; Colonialidade global; Justiça reprodutiva; EugeniaResumo
O artigo explora os usos da esterilização forçada em mulheres negras e indígenas, no Brasil e no Canadá (2015 a 2019). A pesquisa bibliográfica e a análise documental, de natureza qualitativa, mobilizaram os conceitos de colonialidade global (Curiel, 2020) e justiça reprodutiva (Ross, 2006; 2017; Roberts, 2015). Sugere-se que a noção de justiça reprodutiva tem potencial para apoiar enquadramentos teóricos e analíticos de superação de iniquidades sociais, particularmente no contexto da maternidade segura para mulheres racializadas. Argumenta-se que, no norte e no sul globais, as esterilizações forçadas se desenvolvem como políticas de Estado de caráter racista e eugênica. A recusa do direito à maternidade, por parte do Estado e suas instituições, é justificada porque mulheres racializadas são consideradas incapazes de cuidar da prole (porque extremamente pobres ou adoecidas) e incapazes de se autogovernarem (porque promíscuas, adictas ou com deficiência). Considera-se que os aportes da perspectiva decolonial feminista são úteis para compreender alguns dos limites do senso comum jurídico dos direitos reprodutivos.
Downloads
Referências
ABARBANELL, L. Mexico’s Prospera program and Indigenous women’s reproductive rights. Qualitative Health Research, v. 30, n. 5, p. 745–759, 2020.
AKBARI, M.. Forced Sterilization of Indigenous Women: An Act of Genocide or Policing Women’s Bodies?. York University Criminological Review, v. 3, n 1, p. 1-23, 2021.
ALMEIDA, A. C. M. F. de; REIS, G. T. de S. A Violência de Gênero como estratégia de poder: as esterilizações forçadas contra mulheres indígenas no Peru. Revista da USP, v. 15, p. 566-582, 2022.
ALVES, J. E. D. O bônus demográfico e o crescimento econômico no Brasil. Aparte, IE/UFRJ, 2004.
ASSUNÇÃO, C. Defensoria pede indenização por laqueadura sem consentimento. Rede Brasil Atual. Disponível em: https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/defensoria-indenizacao-laqueadura-forcada/. Acesso em 14 fev 2024.
BOYER, Y.; BARTLETT, J. Tubal Ligation in the Saskatoon Health Region: The Lived Experience of Aboriginal Women, an external review by Senator Yvonne Boyer and Dr. Judith Bartlett, 11 jul 2017. Disponível em: https://senatorboyer.ca/wp-content/uploads/2021/09/Tubal-Ligation-in-the-Saskatoon-Health-Region-the-Lived-Experience-of-Aboriginal-Women-Boyer-and-Bartlett-July-11-2017.pdf. Acesso em 20 jan 2024.
BRANDÃO, E. R.; CABRAL, C. da S. Vidas precárias: tecnologias de governo e modos de gestão da fecundidade de mulheres “vulneráveis”. Horizontes Antropológicos, v. 27, n. 61, p. 47-84, 2021. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/horizontesantropologicos/issue/view/4473/976. Acesso em 20 jun. 2024.
BRASIL. Congresso Nacional. Relatório nº 2, de 1993. CN: relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito destinada a examinar a incidência de esterilização em massa de mulheres no Brasil. Brasília: Senado Federal, 1993. Disponível em https://www2.senado.leg.br/bdsf/item/ id/85082. Acesso em 23 mar 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde. Portaria nº 13, de 19 de abril de 2021. Torna pública a decisão de incorporar o implante subdérmico de etonogestrel, condicionada à criação de programa específico, na prevenção da gravidez não planejada para mulheres em idade fértil: em situação de rua; com HIV/AIDS em uso de dolutegravir; em uso de talidomida; privadas de liberdade; trabalhadoras do sexo; e em tratamento de tuberculose em uso de aminoglicosídeos, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, n. 74, p. 235, 22 abr. 2021
BRASIL. Pesquisa Nacional Sobre Demografia e Saúde. Ministério da Saúde. 1996. Disponível em: https://dhsprogram.com/pubs/pdf/fr77/fr77.pdf. Acesso em 14 fev 2024.
CARNEIRO, S. Mulheres em movimento. Estudos Avançados, v. 17, n. 49, p. 117–133, set. 2003.
CARVALHO, M. K. O útero biopolítico. São Paulo: Annablume, 2023.
COLLINS, P. H. Bem mais que ideias: A interseccionalidade como teoria social crítica. Boitempo, São Paulo. 2022.
COLLINS, P. H.; BILGE, S. Interseccionalidade. Boitempo, São Paulo. 2021.
COOPER, D. Crafting Prefigurative Law in Turbulent Times: Decertification, DIY Law Reform, and the Dilemmas of Feminist Prototyping. Feminist Legal Studies, v. 31, p. 17-42, 2023.
COULTHARD, G. S. Red Skin, White Masks: Rejecting the Colonial Politics of Recognition. University of Minnesota Press, 2014.
CURIEL, O. Construindo metodologias feministas desde o feminismo decolonial. In HOLLANDA, Heloisa B. de (org.). Pensamento feminista hoje: perspectivas decoloniais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2020, p. 120-139.
DE PAULA, G. Iniciativa do MP do RS para implantar contraceptivo em adolescentes de abrigos é alvo de críticas em Porto Alegre. 26 jul 2018. Disponível em: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2018/07/26/iniciativa-do-mp-do-rs-para-implantar-contraceptivo-em-adolescentes-de-abrigos-e-alvo-de-criticas-em-porto-alegre.ghtml. Acesso em 30 mai 2024.
FIOCRUZ. Nascer no Brasil: Inquérito nacional sobre parto e nascimento (2011 a 2012). Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. 2016. Disponível em: https://nascernobrasil.ensp.fiocruz.br/?us_portfolio=nascer-no-brasil. Acesso em: 18 mar 2023.
G1. Promotor de Mococa que pediu laqueadura de três mulheres é punido com suspensão de 15 dias. 15 ago 2019. G1. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2019/08/15/promotor-de-mococa-que-pediu-laqueadura-de-mulheres-e-punido-com-suspensao-de-15-dias.ghtml. Acesso em 14 jun 2024.
G1. Mulher que passou por laqueadura sem consentimento morre após ser agredida em Mococa. 04 fev 2023. G1. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2023/02/04/mulher-que-passou-por-laqueadura-sem-consentimento-morre-apos-ser-agredida-em-mococa.ghtml. Acesso em: 14 jun. 2024.
GONÇALVES, J. S.; SIMIONI F. Feminist ecologies as an antidote to socioecological inequalities. Periódico Eletrônico Fórum Ambiental Da Alta Paulista, v. 19, n. 6, p. 72-83, 2023.
GUIMARÃES, P. Jovem Preta é afastada de bebê após nascimento em maternidade de Florianópolis. 30 jul 2021. Disponível em: https://catarinas.info/jovem-preta-e-afastada-de-bebe-apos-nascimento-em-maternidade-de-florianopolis/. Acesso em 14 jun 2024.
HENDRIXSON, A.; OJEDA, D.; SASSER, J. S.; NADIMPALLY, S.; FOLEY, E. E.; BHATIA, R. Confronting populationism: Feminist challenges to population control in an era of climate change. Gender, Place & Culture, n. 27, v. 3, 307–315, 2019.
JARDIM, R. T. O Controle da reprodução: estudo etnográfico da prática contraceptiva de implantes subcutâneos na cidade de Porto Alegre/RS. (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, Porto Alegre, 2009.
KIEDROWSKI, J.; JONES, N.; RUDDELL, R. Set up to fail? An analysis of self-administered indigenous police services in Canada. Police Practice and Research, v. 18, n. 6, p. 584 - 598, 2017.
KIRKUP, K. Feds won’t change criminal code to outlaw forced sterilization, despite first nations outcry. Global News. 7 dez 2018. Disponível em https://globalnews.ca/news/4739302/forced-sterilization-criminal-code-first-nations/. Acesso em: 18 mar. 2023.
LEITE, I. TJ-SP confirma decisão por danos morais e determina indenização de R$ 100 mil a mulher que passou por laqueadura sem consentimento. 28 abr. 2023. GloboNews. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2023/04/28/tj-sp-confirma-decisao-por-danos-morais-e-determina-indenizacao-de-r-100-mil-a-mulher-que-passou-por-laqueadura-sem-consentimento.ghtml. Acesso em: 10 ago. 2024.
LUGONES, M. Colonialidad y gênero. Tabula Rasa, n.9, p. 73-101, 2008. DOI: https://doi.org/10.25058/20112742.340
LUGONES, M. Rumo a um feminismo descolonial. Estudos Feministas, v. 22, n. 3, p. 935-52, 2014. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-026X2014000300013.
LUNARDI, L. P. F.; CERVI, T. D. Interditada e Esterilizada: reflexões jurídicas acerca do transtorno mental. Revista Jurídica da FA7, v. 17, n. 1, p. 95-108, 2020.
MATERNIDADE Segura e Planejada. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 24, n. 8, p. 503–503, set. 2002. https://doi.org/10.1590/S0100-72032002000800001. Acesso em 27 jun. 2024.
MCKENZIE, H. A.; VARCOE, C.; NASON, D.; MCKENNA, B.; LAWFORD, K.; KELM, M. E.; WAJUNTAH, C. O.; GERVAIS, L.; HOSKINS, J.; ANAQUOD, J.; MURDOCK, J.; MURDOCK, R.; SMITH, K.; ARKLES, J.; ACOOSE, S.; ARISMAN, K. Indigenous Women's Resistance of Colonial Policies, Practices, and Reproductive Coercion. Qualitative Health Research, v. 32, n. 7, p. 1031–1054, 2022.
MILLER, J. R. Residential Schools in Canada. The Canadian Encyclopedia. Historica Canada. 11 Jan 2024. Disponível em www.thecanadianencyclopedia.ca/en/article/residential-schools. Acesso em: 17 jun. 2024.
MORAN, R. Truth and Reconciliation Commission. The Canadian Encyclopedia. Historica Canada. 05 Out 2020. Disponível em: www.thecanadianencyclopedia.ca/en/article/truth-and-reconciliation-commission. Acesso em: 17 jun. 2024.
MORGAN, L. M.; ROBERTS, E. Reproductive governance in Latin America. Anthropology & Medicine, v. 19, n. 2, p. 241-253, 2012. DOI: 10.1080/13648470.2012.675046. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/22889430/. Acesso em: 30 fev. 2024.
OEA. Principales estándares y recomendaciones en materia de violencia y discriminación contra mujeres, niñas y adolescentes. Violencia y discriminación contra mujeres, niñas y adolescentes: Buenas prácticas y desafíos en América Latina y en el Caribe. 2019. Disponível em: em: https://www.oas.org/es/cidh/informes/pdfs/violencia-discriminacion-mujeres-anexo1-es.pdf. Acesso em: 21 fev. 2024.
OLIVEIRA, A. M. Sterilisation Must be Done Against Her Will: Coloniality, Eugenics and Racism in Brazil 2018 —The Case of Janaína Quirino. Australian Feminist Law Journal, v. 47, n. 1, p. 105–22, 2021. DOI:10.1080/13200968.2021.1933804. Acesso em: 30 fev 2024.
OLIVEIRA, R. N. Justiça Reprodutiva como dimensão da práxis negra feminista: contribuição crítica ao debate entre feminismos e marxismo. Germinal: marxismo e educação em debate, v. 14, n. 2, p. 245–266, 2022. DOI: 10.9771/gmed.v14i2.49559. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistagerminal/article/view/49559. Acesso em: 12 ago. 2024.
ONU. Organização das Nações Unidas. Declaração e Programa de Ação da Conferência Internacional de População e Desenvolvimento. Cairo, 1994. Disponível em: http://www.un.org/popin/icpd/conference/offeng/poa.html. Acesso em: 30 out. 2023.
ROSS, L. Reproductive Justice as Intersectional Feminist Activism. Souls: A Critical Journal of Black Politics, Culture and Society, 2017.
ROLAND, E. Programa de Saúde – Memória Institucional de Geledés. Saúde reprodutiva da população negra representa um novo campo de produção de estudos e conhecimentos, que se encontra em construção no Brasil a partir da confluência de duas áreas de estudos: a da saúde reprodutiva e a das relações raciais. Portal Geledés. 2009. Disponível em: https://www.geledes.org.br/programa-de-saude-memoria-institucional-de-geledes/. Acesso em: 18 dez. 2024.
ROSS, L. Understanding Reproductive Justice: Transforming the Pro-Choice Movement. Off Our Backs, v. 36, n.4, p. 14-19, 2006. DOI: 10.2307/20838711. Disponível em: https://www.law.berkeley.edu/php-programs/centers/crrj/zotero/loadfile.php?entity_key=6NK5BUG9. Acesso em: 11 dez. 2022.
ROSS, L. Undivided rights: Women of color organizing for reproductive justice. Haymarket Books, 2016.
RYAN, C.; ALI, A.; SHAWANA, C. Forced or Coerced Sterilization in Canada: An Overview of Recommendations for Moving Forward. International Journal of Indigenous Health, vol. 16, ed. 1, p. 275-290, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.32799/ijih.v16i1.33369. Acesso em 11 dez 2024.
SÃO PAULO. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (Comarca de Mococa). Procedimento Comum Cível nº 1001521-57.2017.8.26.0360. 2ª Vara Cível. 02/06/2017. Disponível em https://esaj.tjsp.jus.br/cpopg/show.do?processo.codigo=A00000Q4M0000&processo.foro=360&processo.numero=1001521-57.2017.8.26.0360&gateway=true. Acesso em 17 jun. 2023
SCHOEN, J. Choice and coercion: birth control, sterilization, and abortion in Public Health and Welfare. Chapel Hill: University of North Carolina Press. 2005
SEGATO, R. Crítica da colonialidade em oito ensaios: e uma antropologia por demanda. 1. ed. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2021.
SEMINÁRIO Nacional Políticas e Direitos Reprodutivos das Mulheres Negras. Declaração de Itapecerica da Serra das Mulheres Negras Brasileiras. São Paulo: Geledés/Programa de Saúde, 1993.
SIMIONI, F.; KYRILLOS, G. de M.; VIDAL, C. F. Perspectivas teóricas feministas em Relações Internacionais: tensionamentos entre norte e sul globais. Civitas: Revista de Ciências Sociais, v. 24, n. 1, p. e44494, 2024. DOI: https://doi.org/10.15448/1984-7289.2024.1.44494.
STOTE, K. The coercive sterilization of aboriginal women in Canada. American Indian Culture and Research Journal, v. 36, n. 3, p. 117-150, 2012. Disponível em: https://api.fqpn.qc.ca/wp-content/uploads/2021/02/AICRJ_STOTE-STERILIZATION.pdf. Acesso em: 20 jan. 2024.
TRC – Truth and Reconciliation Commission of Canada. Summary Report of the Final Report of the Truth and Reconciliation Commission of Canada. 2015 Disponível em https://embeddingproject.org/resources/the-trc-summary-of-the-final-report/#:~:text=Drawing%20on%20six%20years%20of,against%20enduring%20colonial%20politics%20and. Acesso em: 14 jun. 2024.
USAID. Issue Brief: USAID’S Partnership With Peru Advances Family Planning. 2016. Disponível em: https://2017-2020.usaid.gov/global-health/health-areas/family-planning/countries/peru/issue-briefs. Acesso em: 18 mar. 2023.
VIEIRA, E. M. Políticas públicas e contracepção no Brasil. In: BERQUÓ, E. (Org.). Sexo e vida: panorama de saúde reprodutiva no Brasil. Campinas: Editora Unicamp, 2003, p. 151-196.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Direito Público

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
O(s)/A(s) autores(as) dos manuscritos submetidos concorda(m) com as regras a seguir:
1) Todos os autores e autoras participaram do trabalho, são responsáveis pelas ideias e conceitos nele emitidos e atestam sua conformidade com os princípios éticos exigidos.
2) Todos os autores e autoras concordam com a forma final do trabalho e em ceder os direitos para publicação nos canais de publicação da Escola de Direito do IDP.
3) Todos os autores e autoras informam que o manuscrito é de sua autoria e assumem a responsabilidade pelo trabalho, declarando que a obra a ser publicada não infringe quaisquer direitos de propriedade intelectual de terceiros.
3.1) Em caso de submissão simultânea, além da reprovação imediata do artigo e comunicação ao(s) respectivo(s) periódico(s), a Revista Direito Público se reserva o direito de não receber novas submissões de todos os autores implicados pelo prazo de 2 (dois) anos, contado a partir da data de ciência do fato.
4) Todos os autores e autoras autoriza(m) a edição de seu trabalho e cede(m) à Escola de Direito do IDP os direitos de autor para reproduzir, editar e publicar ou veicular o citado trabalho em qualquer forma midiática, resguardada a autoria, em particular sob forma digital, em arquivo eletrônico online na Internet, bem como armazená-los em seu repositório de acordo com o desenvolvimento do processo editorial. Esta concessão não terá caráter oneroso para a Escola de Direito do IDP, não havendo remuneração sob qualquer modalidade pela utilização do referido material, tendo este o caráter de colaboração científica.